Fugitivo da senzala
Terra pra nunca voltar
Onde o tronco apanhava
Trabalhava sem parar
Foi criado um quilombo
Onde o rei era zumbi
Home forte e virtuoso
Mas seu sonho era viver
Trabalhou dia e noite
Pela aquela libertade
Retornou para fazenda
Com facão para matar
E falam da aquela historia
Escuta bem não vai voltar
Porque o nego não é escravo
Seu sangue é libertade
Com a capoeira nego voou
A libertade ele criou
Com a capoeira nego voou
A libertade ele criou
Ooooooi mais eu me lembro
É da batalha
Onde o nego pegou facão
E matou feitor
Com a capoeira
Com a capoeira nego voou
A libertade ele criou
Passarinhos que voa no alto do mar
Passarinhos que cantam no astro do céu
Eles são bimba e pastinha que vem escolher
Aos capoeiras que agora vem pra aprender
Nessa vida muitos capoeiras se preparam
Nesse jogo muitos caem mais se levantam
E os passarinhos vai voando perto da roda
Eles estão buscando capoeiras pra amanha
Jogador, cantador, tocador de berimbau
Ele foi o mestre Valdemar
Agora canta lá no alto ele é um passarinho
Que passa a poesia pra os cantores de hoje em dia
Lá no céu muitos mestres agora estão com deus
Estão dizendo o que eles foram fazer
Se transformaram e na terra foram voando
E por onde passavam sua energia foram deixando
Á maré a maré, me leva ao céu
Á maré, a maré, me leva ao céu
A jangada me leva
Pra outro lugar
Eu não sei onde eu vou
Nas ondas do mar
O chicote me corta
Me faz chorar
Eu não quero mais isso
E vou lá pro mar
Eu vou me embora da terra
Eu vou pro mar
No navio negreiro
Rezo a Iemanja
Eu perdi a razão
Do meu sofrimento
Por que a escravidão
Não tem fundamento
O vento levou o mar
O vento levou o mar
Mas meu berimbau, levou meu canto
Mas meu berimbau foi porta voz
A tristeza e a alegria do capoeira
É levada em seu canto, com um berimbau
É igual á currenteza do belo mar
Quando o vento sopra, leva o seu cantar
Capoeira não tem lingua estabelecida
Não precisa ser da terra que criou
Somente inclinar-se ao pé dos berimbaus
E jogar o toque que o berimbau criou
Eu levo a vida, da minha maneira
Faço o que gosto, porque eu sou capoeira
Quero divulgar pro mundo
Nossa arte popular
E o futuro de um povo
Que lutou pra se libertar
Os costumes, idiomas
E a forma de expressão
Na roda de capoeira
É o brasil quem dá lição
Mundo dentro de outro mundo
Eu não sei nem explicar
Olha quem é capoeira
Sabe o que eu falar
Ás vezes parece ingrata
Mas quando precisa ser
Tudo chega na hora certa
Quem a fé voce vai ter
Hoje me leva o coração pra Bahia,
Lembra dos mestres que agora estam com Deus
Saudade e dor eu tenho no coração,
Só de lembrar do Mestre Valdemar,
Tocando São Bento e Angola no Pêro Vaz,
Dia de festa domingo no barracão, minha Bahia
Pastinha deu ao mundo sua expressão,
Jogando Angola com muita dedicação,
E o sol raiou quando a morte chegou,
Hoje agradeço ao mestre que se foi, minha Bahia
A arte que o mundo conhece hoje em dia,
Ela começou pelos bairros da Bahia,
E o trabalho que o fez, hoje ja se conheceu,
Foi Manuel quem agora esta com Deus, minha Bahia
Roda de bamba quero vadiar...vadiar
Roda de bamba quero ver jogar
Para ser roda de bamba
Fundamento tem que ter
E ter boa energia
Capoeira pra valer...roda de bamba
Tem que ter sentimento
Para mostrar expressão
Mas também tem jogo duro
Mantendo a tradição...roda de bamba
Nago é casa de bamba,
Nome de tribo divulgueira
E o mestre no berimbau
Comandando a capoeira...roda de bamba
Tem que ter sentimento
Para mostrar expressão
Mas também tem jogo duro
Conforme a tradição...roda de bamba
Nago é casa de bamba,
Nome de tribo divulgueira
E o mestre no berimbau
Comandando a capoeira...roda de bamba
Amor é meu amor
Amor é meu amor
Você chegou e tudo virou
Minha alma e todo o corpo arrepio
E na dança do amor vou-te expressar
Que você é minha vida
E nunca vou te deixar ...Oi meu amor
Agora eu estou aqui
Só pensando em você
Quem ilumina esse caminho
Onde eu quero caminha
A ginga jà me leva
Como as ondas levam o mar
E o peito jà palpita eu quero-me apaixonar
Pequeno sou eu, maior é Deus
O senhor ilumina os caminhos meus
Ilumina meus caminhos
E por onde eu passar
Não me deixe padecer
Me dá forças pra lutar
Pequeno sou eu
Ai meu Deus tudo o que eu tenho
Agradeço a você
Ao toque do berimbau
Que alegra o meu viver
Pequeno sou eu
Eu te peço proteção
Me dê toda energia
Me livra do olho grande
E também da covardia
Pequeno sou eu
Nas estradas dessa vida
A volta que o mundo dá
Sei que hoje estou aqui
Mas amanha posso não estar
Pequeno sou eu
Foi o tempo que a tristeza era demais,
Foi o tempo em que a dor dor muito mais
No porão do navio não existe sorte
Banjo e frio, esperar mensageiros da morte
Vi crianças arrancadas de suas mães
Vi a dor se espalhar dentro por esse porão
Cafezais e canaviais vou-me escravizar
E a Senzala, é o lugar onde eu vou morar
Na janela, casa grande eu vejo sinhã
E as correntes dos grilhões eu quero arebentar
Pro quilombo, vou fugir pra me libertar
Mas também, os guerreiros vão-se organizar
Lá criaram uma luta que pode matar
Capoeira, nossa arma pra contra-atacar
E as historias, olha não para por ai
Ocorreram muitas mortes até chegar aqui
Invadimos a cidade, e o sangue jorrou
E a princesa, pressionada foi quem assinou.
Falou, fala da escravidão falou
Falou, fala da opressão falou
Falou, la nos tempos de bimba falou
Falou, hoje se escutou
O nego que sofria na senzala
Trabalhava na fazenda do feitor
E um dia ele escutou um lamento
Era Zumbi dos palmares
Foi ele quem libertou
Berimbau ajudava os capoeiras
Lá no tempo, lá no tempo da opressão
Se escutava toque de cavalaria
Quando a policia se vinha
Berimbau já me avisou
Manoel foi um mestre respeitado
Criador da arte da regional
Hoje em dia seu nome será louvado
Já não se esquece do homem que a capoeira abalou
Histórias que se narram no passado
Jogadores que se escutam até hoje
E o canto que me levam pelos tempos
lembrando desses momentos
Onde o berimbau tocou, hoje falou
Eee lembra de Bimba,
Eu quero escutar de você
Criador, criador da Capoeira
Você ensinou a bater
Foi na escola, onde você praticava
Que eu vi a luta de pé
Onde a Capoeira agora é brincadeira
Pra sempre eu quero aprender, oi lelelele
Lembra, lembra de Bimba
Saudoso Mestre Mandingueiro igual não tem
Lá no céu, todos ficam olhando
Ele quer ver, que pratique como ele, oi lelelele
Berimbau, berimbau, berimbau eee
Eee meu berimbau
Berimbau, berimbau, berimbau eee
Eee meu berimbau
Quem me leva pelo mundo
Com saudades da capoeira
Expressando sua magia
A luta da brincadeira
Berimbau tem muito toque
Tem que aprender a escutar
Mas quem sabe os fundamentos
Berimbau vai-lhe falar
Saudade dos grandes mestres
Mestre Bimba e Valdemar
Que deixaram nessa terra
Pra capoeira enfezar
Quem me leva pelo mundo
Com saudades da capoeira
Expressando sua magia
A luta da brincadeira
Hoje se bate palma lá no céu
Oi lá no céu
Hoje se escuta o vozeiro de Valdemar
De Valdemar
Hoje os mestres tiram seu chapéu
O seu chapéu
Que a roda vai começar
Lelelelelele
Oi lelele (quem canta)
Lelelelelelelelea
Oi lelea (quem canta)
Lelelelelelelele
Oi lelele (quem canta)
Lelelelelelea
Hoje Pastinha e seu Bimba se ajoelham
Ao pé do chão
A beleza do jogo começa
É la no ar
Hoje os mestres tem certeza
É de jogar
No barracão de Valdemar
Foi dendê, oi dendê, dendê pra ver
Foi dendê, oi dendê, dendê pra ver
A data já chega, mestre está viajando
Em todo lugar o povo está esperando
Saudade de mestre, gente quer-lhe ver
Na roda jogando ao meu Mestre Pequinês
O dia chegou, ele já está aqui
Pronto pra roda comecar
A roda da bem-vinda todo mundo vai jogar
Mestre dá energia, sua voz que contagia
Tocando berimbau ele nos cheia de alegria
Olha a roda foi boa nunca vou esquecer
Aquele momento foi de muito dendê
Foi o dia de troca, dia de batizado
Onde comemora, todo tempo treinado
O canto que alegra, galera falou:
Eu sou capoeira: CAPOEIRA NAGÔ!