Le le le le le le le, le le le le le le
Sou arte e luta brasileira
Eu sou o som do berimbau
Eu sou o lamento de um guerreiro
Sou o negro do canavial
Na senzala eu nasci
Quilombo eu amadureci
Na guerra eu fui posto em prova
Voltei, pois lutei para ganhar
E para quem não me conhece
Agora eu vou-me apresentar
Olha, me chamo Capoeira
Sou vida em forma de luta
Eu luto pela liberdade
Contra o racismo e discriminação
Eu quero é paz na humanidade
Ver todos se tratando como irmãos
Berimbau chora eee,
Berimbau chora aaa,
Berimbau peço licença
Pra cantar uma canção
Me ajude meu amigo
A transmitir emoção
O que os olhos já viram
Dinheiro não paga não
Uma vida uma história
Com um berimbau na mão
Berimbau falou pra mim
Num verso de uma canção
Capoeira é a vida
Num jogo com o coração
Como é grande a sua energia
Poder sobrenatural
Uma simples madeira e um arame
Comandar um ritual
Quando eu falo chorar
É tirar um som especial
Só quem é capoeira sabe o que eu digo
E pede chora berimbau
O meu gunga comanda capoeira
Ele quem chama meu corpo pra jogar
Se toca dois chiados, um solto e um preso
Tem que Angola aprender a jogar
No chão de bem perto do seu companheiro
Mostra que você também é mandigueiro
Dois chiados, um solto e volta com dois presos
Já o gunga esta marcando o intermédio
Banguela um toque criado para acalmar
Aos capoeiristas que jogam regional
E eu levo o meu corpo para o jogo se São Bento
Quando escuto esse toque no vento
Ligeiro e até poder ser um bom mandigueiro
O jogo que chama troca de guerreiros
Le le le le le oi le la e la e la
Escuta o que eu vou falar
Que agora vai começar
A luta que antigamente
Não se podia praticar
A energia está espalhada
Já pode contagiar
A viola está replicando
E o gunga, não para de marcar
A pernada já foi solta
A esquiva foi segurar
Já passou o jogo de Angola
Agora vai ter Regional
Acordei bem de manhã
E não podia explicar
Aquele sonho tão lindo
Com Bimba e seu Valdemar
O céu e o mar, sacode as ondas na beira do mar
Porquê, não deve viver, a sua vida
Como um simples passar
Porque deus te colocou
Como semente para florescer!
E a capoeira você escolheu
É o seu caminho, é seu viver
Sabe andar, sabe correr
Mais no caminhos problemas tem que acontecer
E eu sei que já encontrou
Na sua vida com a decepção,
Ás vezes tem que acontecer
Pra nessa vida você aprender
Não quer saber, não quer treinar
Seu sentimento está no ar
Deixa que o céu, deixa que o mar
Leve sua vida como as ondas na beira do mar
Camarada amigo meu
É hora é hora, é hora é hora
É hora é hora, é hora é hora
E ao pé do berimbau
Mandigueiro agacha, é hora
Pede a deus a proteção
E pro jogo vai embora
Pega pandeiro, atabaque,
Gunga médio e o viola
Mandigueiro está chegando
E a roda começa agora
Vai ter jogo de São Bento
De Banguela e de Angola
Jogo duro, jogo dentro
Quem não aguenta fica de fora
Seu Bimba na Regional
Seu Pastinha na Angola
Grandes mestres da Bahia
Vão-se eternizar na historia
O cabra da lingua grande
Tem sempre uma nova historia
E o cabra do sangue quente
Pra brigar não escolhe a hora
Já quer correr, sem caminhar
Já quer correr rapaz, sem caminhar
Tudo na vida tem principio
E todo principio, tem um fim
Ás vezes pode ser difícil
Mas continua mesmo assim
Se quer ser pai, tem que ser filho
Se quer ser avô, tem de ser pai
Para professor, ser aluno
Para ser um mestre, um professor
Tudo na vida tem um processo
Que se deve avaliar
Olhe a sua vida é um caminho
Que não se deve apressar
Olha escuta a lição da vida
Que nos ensina a caminhar
Para ser um fruto maduro
Ele se deve cultivar
Chora viola chamando pra vadiar
Hoje tem roda ela mandou avisar
Deixe os problemas mande a tristeza embora
Vai ter Regional e Angola, Banguela pra balançar
Vai ter lamento na ladainha meu irmão
Entra o corrido logo apos a louvação
Seu cantador nos ajude ao cantar
Pois se o jogo é de Angola
Seja de dentro e de fora
Não deixe a mandiga parar
E na Banguela é expressão e sentimento
Manhã do corpo no entra e sai do jogar
Ouço a cantiga desenvolvo o fundamento
Não é Angola nem São Bento deixe claro ao jogar
E o São Bento chamou os de paz e guerra
Na quadra ou corrido uma hora vão se encontrar
E objetivo é em pé e joga dentro
É o corpo em movimento é a hora de lutar
O mestre não foi só um grande capoeira
O mestre também foi um educador
Mestre Bimba através de sua capoeira
Construiu grandes homens de valor
Seu nome ficará pra sempre na historia
Um exemplo de vida um grande professor
Seu bimba fazia do menino um homem
Através de sua arte seu amor
Segurava na mãos do aluno e dizia
Movimente seu corpo pra lá e pra ca
Ensinava as sequencias também os balões
E o sonho do aluno era se formar
Seu bimba fazia do menino um homem
Através de sua arte seu amor
E festa de formatura aluno era batizado
Jogo de iuna formado jogar!
Roça do lobo celeiro de bamba
A historia que o tempo não vai apagar
Hoje é hoje o dia,
Que voce estava esperando em sua vida
Já foi aluno nos seus tempos de criança
A capoeira não era a sua vocação
Só procurava brincar na poeira
Naqueles tempos onde foi sua iniciação
Hoje se canta com alegria e emoção
Passa energia que meu mestre vai jogar
A formatura acabou de começar
Já de aluno a mestre vai virar
Já foi manhoso e a roda já rodou
Sua capoeira pelo o mundo se espalhou
Hoje seu nome já se escuta com valor
Um grande mestre que agora se formou.
Em muita roda eu já joguei
Em muita roda eu vou jogar
Quando o Berimbau me chama
Com certeza eu vou pra lá
Eu sou guerreiro não desisto
Não é fácil me ganhar
Pois me criei em rodas de bamba
Onde sempre eu vou estar
Berimbau é quem me chama
Capoeira me leva
Peço a deus que me guie
Onde quer que eu vá parar
No Brasil tem capoeira eu vou lá
Pra jogar
(Variações de Coro)
Pequinês ja me chamou e eu vou lá
Goiânia tem capoeira e eu vou lá
E onde tiver boa capoeira eu vou lá
Estados unidos tem capoeira e eu vou lá
Espanha tem capoeira e eu vou lá
Itália tem capoeira e eu vou lá
Inglaterra tem capoeira e eu vou lá
Colômbia tem capoeira e eu vou lá
Foi Valdemar da Paixão foi Valdemar
Foi Valdemar da Paixão foi Valdemar
Foi angoleiro nato do Pêro Vaz
Cantor famoso dos tempos lá de trás
Foi canário e seu mestre Tanabi
Siri de Mangue que ensinaram a jogar assim
Frequentador daquela festa de largo
Já se escutava sua voz no barracão
Gunga vozeiro chamava os capoeiristas
Aé artistas como o notável Carybe
Foi a beleza também dos berimbaus
Que ajudou a seu nome a brilhar
Também alunos como o seu Zacarias
Que conta historias também do Pêro Vaz
Hoje se lembra historias de Valdemar
Famoso mestre como ele não tem igual
Dá liberdade na avenida de peixe
Seu inconfudivel canto não vai passar
Le le le le, le le le a le le le le
Deixa o berimbau falar
Que quem fale de mim não seja eu
Deixa o berimbau falar
Meu corpo joga capoeira
E a boca eu deixo é pra cantar
Abre o olho capoeira
Pensa no que vai dizer
Se a palavra for maldita
Pode voltar pra você
Eu quero é fazer minha historia
Quero mais é aprender
Quero sentir o axê
Eu quero é forca pra vencer
De intriga e falsidade
Eu não quero nem saber
Olha isso atrasa a vida
Isso tira meu dendê
Eu vim pra vadiar no berimbau
Eu vim pra vadiar no jogo
Eu vim pra vadiar no canto e na palma
Eu vim ver capoeira vadiar
Vadeia berimbau me dá o som
Transmita toda sua energia
Ao seu comando a roda vai começar
Pois hoje é dia de alegria
E o capoeira sai para vadiação
E um bom jogo nos arrepia
É armada, é cabeçada, martelo e pisão
Mas sem atropelo na harmonia
E no canto embala o coração
É historia é lamento e poesia
É a voz de um guerreiro solta no ar
E a palma animando a bateria
Sou capoeira no sangue
Capoeira na cor
É por isso que eu sou
Capoeira Nagô
Nome de uma tribo guerreira
De um povo lutador
Que nas batalhas da vida
Honra e força lutou
Que é nome de capoeira
De grupo vencedor
Nosso Mestre Pequinês
Um homem batalhador
Pois é foi ele quem fez
Foi ele quem criou
Esse grupo tão bonito
Chamado de Nagô
Tem armada, rasteira,
Meia-lua e pisão,
A capoeira é ligeira
Joga em cima e no chão
Cabeçada, vingativa,
Tem tesoura e arrastão
Capoeira Nagô
Mora no meu coração
Hoje me leva coração pra Bahia
Lembra dos mestres
Que agora estão com deus
Pastinha deu ao mundo sua expressão
Jogando Angola com muita dedicação
E o sol raiou, quando a morte chegou
Eu agradeço ao mestre que se foi
Eu sou movido pela capoeira
Eu sou movido pelo berimbau
Berimbau é quem me chama
A capoeira é quem me leva
Ai meu deus eu agradeço
Por ter conhecido ela
La la la e e o la la e la
A dor ensina,
Minha alma é verdadeira
E o canto de um capoeira
Que se espalha pelo ar
Eu lembro agora
Da tristeza de outra hora
Quando você foi embora
Me deixando para lá